Durante o processamento de dados e manipulação de imagens, o GIMP precisa de muita memória principal. Quanto mais estiver disponível, melhor é. O GIMP usa os recursos de memória do sistema operacional que estiverem disponíveis da melhor forma possível, tentando manter o trabalho com as imagens rápido e confortável para o usuário. Essa Memória de Dados, durante o tratamento, é organizada em blocos buferizados de dados gráficos, que podem existir de duas formas principais: no disco não removível (HD), que é lento, ou na memória RAM, que é rápida. O GIMP usa preferencialmente a RAM, mas quando ela começa a ficar pouca, ele usa o HD para os dados restantes. Esses blocos de dados de imagem são referenciados normalmente como “fragmentos” (“tiles”, em inglês), e o sistema todo é chamado de “cache de fragmentos” (tile cache).
Um valor pequeno para o cache de fragmentos implica em que o GIMP vai enviar dados para o disco mesmo com uma carga de imagens pequena, sem fazer uso real da memória RAM disponível, e fazendo os discos trabalharem sem um motivo real. Se o valor do cache for muito alto, outras aplicações podem começar a ter menos recursos do sistema, sendo forçadas a usar o espaço de troca (swap) do sistema operacional, o que também faz um uso muito intenso do disco. Algumas delas podem nem ser encerradas, ou começar a não funcionar direito devido a falta de memória RAM.
Como você escolhe o número para o tamanho do Cache de fragmentos? Aqui seguem algumas dicas que ajudarão você a decidir que valor usar, bem como alguns truques:
A forma mais fácil é simplesmente esquecer tudo isso e simplesmente esperar que os valores padrão funcionem bem. Esse era um método usável quando os computadores tinham pouca memória, e a maioria das pessoas simplesmente fazia imagens pequenas no GIMP enquanto uma ou duas outras aplicações eram executadas ao mesmo tempo. Se você quer algo simples, e só usa o GIMP para criar capturas de tela e logotipos básicos, essa provavelmente é a melhor solução.
Nos computadores modernos você normalmente vai ter alguns GB de memória RAM, então configurar o cache de fragmentos para mais ou menos metade do total da sua memória trará boa performance para o GIMP na maioria das situações, sem consumir recursos das outras aplicações. Possivelmente até mesmo 3/4 do total de memória que você tem pode funcionar bem. Você não vai precisar se preocupar com cache de fragmentos para uso amador do GIMP se puder colocar 1,5GB. Se estiver usando o GIMP para lidar com imagens que serão impressas em folha inteira em 300dpi, ou fotos de várias dezenas de megapixels, ou ainda com dezenas de camadas, você tem um padrão de uso mais exigente, e no caso de falta de memória a solução é instalar mais RAM — em 2013, 16GB para um sistema pessoal não é muito exagerado — e será o suficiente para os usos mais extremos do GIMP
ATENÇÃO: Todo o restante desta seção está presente por questões históricas — não faz sentido ajustes tão detalhados em sistemas modernos. Peça a alguém para ajustar esses parâmetros para você: este será o caso se você estiver usando o GIMP num computador servindo múltiplos usuários ao mesmo tempo. Dessa forma o administrador e os outros usuários não vão se irritar com você por abusar da máquina, nem você vai ficar com um GIMP muito lento. (Esta configuração costumava ser comum em universidades, onde os usuários usavam terminais burros conectados a um computador central, rodando um sistema do tipo Unix). Se sua máquina é usada por apenas uma pessoa de cada vez, como a grande maioria dos computadores de hoje em dia (2013), você não precisa se preocupar tanto.
Comece mudando o valor um pouco de cada vez, e verifique se fica mais rápido, com uso intenso, com cada aumento, sem o sistema começar a reclamar de falta de memória. Esteja avisado de que algumas vezes a falta de memória acontece de repente, com o sistema ficando lento por conta do uso do espaço de troca do sistema e com algumas aplicações sendo terminadas para liberar espaço para outras.
Faça algumas contas, e chegue a um valor viável. Possivelmente você terá que ajusta-lo mais tarde, mas talvez você tivesse que reajusta-lo de qualquer forma, mesmo usando os métodos anteriores. Pelo menos você saberá o que está acontecendo, e como extrair o máximo do seu computador,
Vamos supor que você prefira a última opção,e quer chegar num valor bom para começar. Primeiro você precisará saber alguns dados sobre o seu computador: a quantidade de RAM instalada em seu sistema, o espaço de troca (swap) disponível para o sistema operacional, e uma ideia geral da velocidade dos discos do seu sistema que são usados pelo espaço de troca do sistema e usados pelo espaço de troca do GIM. Você faz isso executando testes nos discos, não checando os RPMs dos HDs. No entanto, se você tiver algum disco de estado sólido (SSD), ele será dezenas de vezes mais rápido que um disco rígido tradicional. A ideia é verificar qual disco é mais rápido ou mais lento, ou se são todos parecidos. Você pode alterar a pasta que o GIMP usa como espaço de troca para os dados de imagem na guia de Pastas do diálogo de Preferências.
A próxima coisa a fazer é ver quantos recursos você necessita para outras aplicações que você vai executar ao mesmo tempo que o GIMP. Então, execute todos os aplicativos que você usa normalmente e trabalhe um pouco com eles - exceto o GIMP, claro, e verifique o uso de memória. Você pode usar aplicativos como “free” ou “top”, dependendo do sistema operacional que estiver usando. O número que você quer verificar é o quanto de memória você tem sobrando, incluindo o cache de arquivos. Sistemas Unix modernos mantém somente uma pequena quantidade de memória listada como livre, e ocupam a maior parte do que não é usado por programas com caches e buffers de arquivos. O comando free do Linux já faz a conta para você - é só consultar a coluna que diz “free” e a linha que lista “-/+ buffers/cache”. Anote também o quanto você tem livre de espaço de troca (swap).
Agora é a hora de decisões e um pouco de matemática simples — o conceito básico é decidir se você quer deixar todo o cache de fragmentos em RAM, ou na RAM mais o espaço de troca do sistema operacional:
Você troca muito de aplicações? Ou fica trabalhando no GIMP por muito tempo? Se você fica muito tempo direto no GIMP, você pode considerar a memória livre, mais o espaço de trocas do sistema como memória disponível para o GIMP. Se não, você deve seguir os seguintes passos (na dúvida, confira esses passos): se você troca de aplicação a cada poucos minutos, conte só com a memória RAM física disponível e pule para a decisão final - não há mais nada para checar.
O espaço de troca do sistema fica no mesmo dispositivo físico que o espaço de troca do GIMP? Se sim, adicione a memória e o espaço de troca - se não vá para o próximo passo.
O disco em que fica o espaço de troca do sistema é mais rápido que o disco que mantém o espaço de trocas do GIMP? Se for mais lento, use apenas a memória livre;Se for mais rápido ou similar, adicione a RAM e a troca.
Agora você tem um número: seja só a memória livre, ou a memória livre mais o espaço de troca do sistema. Reduza um pouco esse número - uns 150MB, mais ou menos, para estar seguro, e esse é o tamanho do Cache de fragmentos que você deve usar.
Como você pode ver, é tudo uma questão de checar os recursos disponíveis e decidir se vale apena usar o espaço de troca do sistema ou se isso vai causar mais problemas do que ajudar.
Há algumas razões para você querer ajustar esse valor, no entanto. A mais básica é você ter mudanças no seu padrão de uso do computador, ou alterar o hardware. Isso poderia significar que suas suposições sobre como você usa seu computador, ou a velocidade do mesmo, já não são válidas. Isso exigiria uma reavaliação das etapas anteriores, que podem levá-lo para um valor semelhante ou um valor completamente diferente.
Outra razão para alterar o valor é porque pode acontecer do GIMP ficar muito lento enquanto que mudar para as outras aplicações é rápido: isso significa que o GIMP poderia usar mais memória, sem prejudicar as outras aplicações. Por outro lado, se você receber avisos de outros aplicativos sobre não ter memória o suficiente, então você pode se beneficiar de não deixar o GIMP usar tanta memória.
Se você decidiu usar apenas RAM e o GIMP está lento, você pode tentar aumentar o valor um pouco, mas nunca usar também toda memória de troca livre. Se ocaso é o contrário, você está usando tanto a RAM como a memória de troca, e você tem problemas de falta de de memória, então você deve diminuir a quantidade de memória RAM disponível para o GIMP.
Outro truque é colocar o a pasta de troca do GIMP em um disco muito rápido, ou em um diferente do disco em que a maioria de seus arquivos residem. Espalhar o a área de troca do sistema operacional em vários discos também é uma boa maneira de acelerar as coisas,em geral. E, claro, você pode ter que comprar mais memória RAM ou deixar de usar vários programas ao mesmo tempo: você não pode esperar que seja possível editar um cartaz em um computador com 16MB de memória e que isso seja rápido.
Você também pode verificar quais os requisitos de memória que suas imagens têm. Quanto maior forem as imagens e o número de passos de desfazer, mais recursos que você precisa. Isto é uma outra maneira de escolher um número, mas só é bom se você sempre trabalhar como mesmo tipo de imagens, e, portanto, os requisitos reais não irão variar muito. Também é uma estimativa útil para saber se você precisa de mais memória RAM e/ou espaço em disco.